domingo, 2 de dezembro de 2018

O afeto na sala de aula


 A proximidade do final do ano e, portanto, o encerramento do ano letivo está provocando em alguns alunos do nono ano de minha escola uma mudança de comportamento, alguns alunos parecem que estão percebendo que dentro de poucas semanas aquele espaço que frequentaram por tanto tempo não fará mais parte de sua rotina. Este sentimento tem ficou claro para mim e para alguns colegas, notamos que muitos alunos têm vindo no turno inverso para estudar ou ajudar algum professor, como foi meu caso na semana passada. Mas esta minha observação, em relação, ao sentimento dos alunos do nono ano, foi provocada por um adolescente que foi meu aluno na segunda serie e me cobrou como eles
não haviam estudado sobre os vulcões naquela época, e que até seria interessante voltar a estudar no segundo ano.


Se quisermos que os alunos recordem melhor ou exercitem mais o pensamento, devemos fazer com que as atividades sejam emocionalmente estimuladas. A experiência e a pesquisa têm mostrado que um fato impregnado de emoção é recordado mais sólido, firme e prolongado que um feito indiferente. Cada vez que comunicarem algo ao aluno tente afetar seu sentimento. A emoção não é uma ferramenta menos importante que o pensamento (VYGOTSKY, 2003, p.121)



A situação a cima descrita fala das relações afetiva que são tão importantes  dentro do ambiente escolar, assim como o lúdico, considero o afeto um aspecto muito importante para criar um ambiente  favorável ao desenvolvimento não somente em termos de aprendizagem como  do aluno como um todo, revisitando minhas antigas postagens havia  uma que falava sobre o afeto e a educação 

Analisando o que escrevi posso dizer que, como disse anteriormente, o afeto a interação entre o professor e seu aluno é fundamental para não somente o aprendizado ocorra mas que seja estabelecida um sentimento de confiança daquele aluno em relação ao seu professor.

No entanto, tenho  percebido que muitas vezes as crianças não são receptivas a um passar de mão pelo cabelo, por exemplo, ou a uma brincadeira enquanto outros pedem que ela ocorra, estas observações vinham me inquietando, em maio desta ano em uma palestra na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Professora Drª Tânia Fortuna  no decorrer de sua fala sobre a importância do brincar tocou em um aspecto  igualmente importante quantas vezes invadimos o espaço de nossos alunos, com atitudes que julgamos carinhosas ,mas que para nosso aluno torna-se mais agressivo do que carinhoso, quantas vezes palavras ou brincadeiras que são próprias de nossos filhos repetimos com nossos alunos,esquecendo-se que cada família possui sua cultura

O que tenho refletido nestes últimos tempos é a questão do olhar meu aluno, não se trata de não demostrar afeto ou ter atitudes carinhosas, mas sim de perceber se aquela criança está me autorizando a interagir com ela através de um abraço ou de uma brincadeira.


[…] Como professor […] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e à prática educativa de que participo. Esta abertura ao querer bem não significa, na verdade, que, porque professor, me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual. Significa, de fato, que a afetividade não me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos, numa prática específica do ser humano. Na verdade, preciso descartar como falsa a separação radical entre “seriedade docente” e “afetividade”. Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar. (FREIRE, 1996, p. 159)


É neste pensar de Freire que me encontro, na afetividade permitida, na troca e no aprendizado. Penso que estas inquietudes fazem parte do meu construir permanente enquanto educadora, nos estudos, nas trocas com colegas, mas acima de tudo sempre vendo meu aluno como individuo que traz consigo uma bagagem não somente de conhecimentos como emocionais.





                                                                                                     

Referência:

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

VYGOTSKY, L. S. Psicologia pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2003.




A importância do brincar na escola


Enquanto educadora sempre considerei que  o brincar, o lúdico, são muito importante não somente para o estreitamento e fortalecimento dos laços afetivos entre o  professor e seus alunos como também no relacionamento entre as crianças, no entanto, a importância do lúdico dentro da escola  por muito é considerado desnecessário, ou  deve estar presente em a Educação Infantil  no máximo no 1º ano, após esta etapa da escolaridade o lúdico deve se colocado em segundo plano. Deste modo minha terceira postagem revisitada trata do brincar na escola. 

A postagem revisitada fala do brincar na escola mas aborda principalmente a questão do jogo como um facilitador da aprendizagem assim como da interação social entre as crianças, e neste contexto, percebo que o  jogo e brincadeira eles são aceitos no contexto escolar, mas  a brincadeira, o brincar fora do contexto da Educação Física ou com um claro cunho pedagógico ainda são entendidos como um meio de passar um tempo fora da sala de aula.


Se brinquedos são sempre suportes de brincadeiras, sua utilização deveria criar momentos lúdicos de livre exploração, nos quais prevalece a incerteza do ato e não se buscam resultados. Porém, se os mesmos objetos servem como auxiliar da ação docente busca-se resultados em relação à aprendizagem de conceitos e noções, ao desenvolvimento de algumas habilidades. Nesse caso, o objeto conhecido como brinquedo não realiza sua função lúdica, deixa de ser brinquedo para tornar-se material pedagógico. Um mesmo objeto pode adquirir dois sentidos conforme o contexto em que se utiliza: brinquedo ou material pedagógico (KISHIMOTO, 1993, p.15)


O brincar que me refiro, é o se permitir brincar com as crianças propiciar momentos em que as crianças possam brincar, interagir entre elas e com o professor e com as pessoas que fazem parte do seu cotidiano escolar. Neste sentido Wajskop afirma


 a brincadeira é uma situação privilegiada de aprendizagem infantil onde o desenvolvimento pode alcançar níveis mais complexos, exatamente pela possibilidade de interação entre os pares em uma situação imaginária e pela negociação. (WAJSKOP 2005, p. 35)



Durante esta semana em dois momentos este brincar com meus alunos foi visto como, um passar de tempo. E que percebo foi uma mudança em minha postura, algum tempo atrás ficaria constrangida pelos comentários, mas atualmente posso responder não somente através de argumentos teóricos como apontar a diferença que estes momentos fizeram e fazem na minha turma.

As crianças da escola vivem em um bairro de vulnerabilidade social, por este motivo muitos são privados de descerem, devido a violência ficando confinados em seus apartamentos e deste modo são privados do brincar na rua, de trocar com seus pares conhecimentos adquiridos através das brincadeiras. Outros não são poupados pelos pais de situações conflituosas que ainda não tem maturidade para compreender, e deste modo, em muitos casos é na escola que refletem suas dores e angustias.


 O brinquedo fornece ampla estrutura básica para mudança das necessidades e da consciência. A ação na esfera imaginativa, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e motivações volitivas, tudo aparece no brinquedo [...] A criança desenvolve-se, essencialmente, através do brinquedo. (VYGOTSKY 1991, p. 117)


Este expressar muitas vezes se traduzem em atitudes consideradas indisciplinadas ou em quietudes que não são próprias de crianças pequenas e é através do brincar que estes conflitos se revelam, auxiliando o professor a trabalhar e principalmente acolher este aluno.

Referência:


KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1993.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

WAJSKOP, G. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 2005.






quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Iniciação Cientifica


A segunda postagem revisitada fala sobre a curiosidade das crianças e como través de perguntas que para nós adultos são simples é possível  auxiliar nossos alunos  na elaboração de suas pesquisas.
Na manhã deste sábado, 24/11, ocorreu em minha escola a Mostra Científica. Mas que apresentações de trabalhos, a mostra tem por objetivo despertar nas crianças o gosto pela pesquisa e conforme sua etapa de escolarização, as exigências vão aumentando. Para o bloco de alfabetização, em via de regra, o tema é único, elaboramos a pregunta principal e as secundárias e o levantamento de hipóteses, o importante é o processo. Para os anos seguintes já há a introdução do mapa conceitual e o hipertexto.
Quando a iniciação científica foi proposta pela direção da escola, há dois anos atrás, foi muito difícil abrir mão daquela sensação que precisava ter tudo sobre controle, que para a Mostra tudo deveria estar perfeito e, prefeito, tinha como significado estar tudo pronto, todos os questionamentos respondidos, questionamentos que muitas vezes que eram propostos por mim.
Mas analisando pós mostra a trajetória de meus alunos, apesar de tudo dar certos em termos de erupção vulcânica, os grandes avanços foram as pesquisas e o conhecimento construído. Por se tratarem de crianças pequenas, claro,  a culminância foi a erupção e presença dos pais, mas reafirmo  houve um grande avanço, tanto deles como meu enquanto educadora,  e devido ao fato de deles terem sido os protagonistas neste processo de construção da mostra, o interesse por assuntos ligados aos vulcões os motivam a continuar pesquisando.
 Segundo Lorenzetti, (2000, p.32) “As Ciências Naturais passam a ter significado à medida que possibilitam a compreensão dos fenômenos e objetos científicos através da interação que se estabelece e das relações construídas com outros saberes.” É isto foi possível observar na construção dos textos, nas relações estabelecidas entre as informações cientificas e uma música ou um poema trabalhado. Paralelo ao trabalho de pesquisa relacionado com o tema outros conhecimentos e outras aérea foram sendo trabalhadas, como por exemplo, vencer a timidez para explicar a erupção vulcânica, ou o despertar do interesse pela História Antiga através da destruição de Pompéia pelo Vesúvio.
Deste modo, os grandes protagonistas do dia foram as crianças, não que em outros momentos isto também não ocorra, mas foi muito mais gratificante vê-los explicando sobre as erupções, e ao mesmo tempo que iam trazendo outras informações e curiosidades. A minha presença naquele espaço era de expectadora, pois, todo o espaço estava sendo ocupado por cientistas, não havia a preocupação por parte dos pais que os filhos soubessem os nomes corretos que ocasionava o fenômeno ,mas, o orgulho deles consistia em ver que o filho havia entendido o processo, tinha conhecimento não somente do tema mas de outras coisa que estavam relacionadas  com tudo que haviam estudado. De acordo com Lino de Macedo (1994 p. 1117) “Nós, professores, durante muitos séculos, só aprendemos a nos conhecer quanto palco. O desfio construtivista é o de também nos podermos ver enquanto plateia!”




Referências;
LORENZETTI, Leonir. Alfabetização no contexto das séries inicias. Tese para obtenção do título de mestrado pela Universidade de Federal de Santa Caterina – Centro de Ciência da Educação. Florianópolis, 2000.

MACEDO, Lino. Ensaios Construtivistas. São Paulo: Caso do Psicólogo, 1994.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Tecnologia na escola


A primeira postagem revisitada,fala sobre a tecnologia na escola. A realidade retratada naquela postagem se referia ao impactado da doação de netboks no cotidiano escolar e como apesar deste equipamento havia um descompasso entre a realidade da escola e dos alunos em termos de tecnologia.
Após dois anos percebo houveram poucos avanços no uso da tecnologia dentro da escola, se anteriormente um dos grandes entraves era a resistência de alguns professores em utilizar os netbooks ou outras formas de tecnologia. Hoje esbarramos em questões estruturais como um único espaço com acesso a internet, um laboratório de informática sucateado, e outros equipamentos como Datashow que estão estragados aguardando verbas para troca ou o conserto.
No entanto apesar de todas estas dificuldades estruturais os professores em um número cada vez maior vêm se apropriando das tecnologias como meio de enriquecer e dinamizar suas aulas.
Neste sentido, percebo meu avanço no uso das tecnologias, apesar de ainda estar aprendendo a utilizar novos equipamentos. Mas em relação as minhas aulas o uso da internet, computador e celular tem, principalmente, propiciado um maior enriquecimento em termos de pesquisa e construção do conhecimento de meus alunos. Segundo TEKURA 2006 apud SEGANTINI 2014 p. 10 “as ferramentas tecnológicas favorecem o acesso a coleta de informações, textos, mapas e que todo acesso rápido a informação contribui para melhorar o ensino”. (2006, p. 94).
 Deste modo, percebo que meus alunos têm buscado pesquisar mais seja no computador ou no celular, no primeiro impasse eles já pedem “- Prof. Pesquisa na internet...” Entretanto, paralelo a este uso da internet também tenho conversado com eles a respeito da importância de se checar as fontes, o cuidado com as Fake News a importância de se ler, a  tecnologia deve ser utilizada na escola como mais um elemento para que o aluno possa construir seu  conhecimento.

Referência:

SEGANTINI, Jésus Henrique. O uso das tecnologias na sala de aula, como ferramenta pedagógica e seus reflexos no campo. Monografia de especialização pela Universidade do Paraná, Foz do Iguaçu, 2014.

domingo, 18 de novembro de 2018

Refletindo sobre o debate em sala de aula




Considero muito importante a participação de meus alunos durante as aulas, gosto e incentivo que tragam assuntos que estejam além dos conteúdos vistos no durante as aulas. Segundo Libâneo:
 [...] o professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. (LIBÂNEO 1994, p.250)
 Desta forma, no decorrer deste ano, em vários momentos os alunos foram trazendo assuntos que estavam na mídia ou tinham interesse, para serem discutidos. Na maioria das vezes, estes momentos ocorreram em meio as explicações ligadas a História disciplina que tenho forte ligação e, portanto, percebo que passo este interesse as crianças, facilitando um maior dialogo e interação não somente comigo, mas com os colegas e até mesmo com outros professores da escola. De acordo com Leite, Tassoni ( 2002 p. 124) “[...]Nesse processo de inter-relação, o comportamento do professor, em sala de aula, através de suas intenções, crenças, valores, sentimentos e desejo, afeta cada aluno individualmente”
No entanto, durante esta semana me questionei em relação ao debate em sala de aula, não quanto a sua importância para a construção das opiniões, mas se não tenho perdido o foco durante estes debates. A situação ocorreu durante a explicação da Proclamação da República, alguns alunos começaram a perguntar e quando percebi estava falando sobre outras questões, interessantes, mas que desviaram o foco da aula e outras crianças acabaram se dispersando, não perguntavam sobre nem sobre os assuntos trazidos pelos colegas nem sobre o assunto inicial da aula, Proclamação da República.
Posteriormente quando fui avaliar a aula  comecei a analisar estas questão  o que me fez recordar da fala da professora Luciane do Colégio de Aplicação da UFRGS, quando os alunos trazem algo que foge ao tema ouvimos e solicitamos para que o aluno guarde aquela pergunta para outro momento, isto não significa que a pergunta será desconsiderada mas, que sim,  haverá outro momento para pesquisar ou conversar sobre ela.  
Acredito  que esse possa ser um dos caminhos para manter o debate, mas também não desviar o foco do assunto principal, talvez em outras situações semelhantes eu venha agir de forma diferente, fazer a explicação  para todos e depois conversar com os alunos sobre questões que tenham interesse, em outros momentos faremos a discussão de forma coletiva pois apesar de ter sido trazido por um aluno trata-se do  interesse de todos, pois, segundo Paulo Freire(2000 p. “[...] A seriedade do diálogo, a entrega à busca crítica não se confunde com tagarelice. Dialogar não é tagarelar”



  
Referências:

FREIRE, Paulo. À Sombra desta Mangueira São Paulo: Editora Olho d’agua, 2000.
LEITE, S. A. S.; TASSONI, E. C. M. A afetividade em sala de aula: as condições de ensino e a mediação do professor. In: Azzi, Roberta e Sadalla, Ana Maria. (Org.). Psicologia e Formação docente. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, p. 113-141.
 LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

domingo, 11 de novembro de 2018

Pensando a avaliação


Durante nossa reunião, em minha escola, começamos a discutir como nossos alunos se encontram em seu processo de aprendizagem faltando menos de sessenta dias para o encerramento do aluno letivo.
Posteriormente fazendo um balanço da reunião e analisando não somente a produção de meus alunos como também minhas anotações foi possível observar como todos tiveram um crescimento em maior ou menor grau, em diversas aérea. Alunos que não interagiam e passaram a conversar e a brincar com os colegas, outros que eram pré silábicos no início do ano e até o mento estão silábicos. Para os padrões tradicionais do nosso sistema de avaliação estes aspectos são irrelevantes, há um padrão estabelecido que determina em que estágio do desenvolvimento cada criança deverá estar no final de um ano letivo. Neste sentido Jussara Hoffmann (2008 p.35) afirma “O equívoco da escola, decorrente das práticas classificatórias, está em transformar a aprendizagem em necessária, obrigatória, em aprender sempre para alguma coisa: para ir para a primeira série, para fazer a prova, [...]”
Desta forma, pensando em algumas atividades desenvolvidas no decorrer desta semana, como uma produção textual que as crianças se descreveriam enquanto carro, e as colocações em relação ao vídeo sobre o trânsito me fazem refletir sobre como estamos avaliando os nossos alunos, como muitas vezes uma avaliação equivocada pode acarretar em graves danos para uma criança ou adolescente.
A construção do conhecimento da aprendizagem é um processo, que sabemos que primeiramente, não ocorre ao mesmo tempo e da mesma forma em todas as crianças, sendo assim, como ainda continuamos avaliando todos nossos alunos da mesma forma?
Nas duas atividades mencionadas acimas alguns alunos me surpreenderam, ao falarem para turma toda suas observações e relações nas cenas retratadas no vídeo com as práticas que observa no seu cotidiano. Assim como, um aluno que apesar dos avanços em outras áreas ainda permanecia pré silábico até metade de outubro e durante a produção textual demonstrou não somente um grande avanço em seu processo de aprendizagem como a feliz de perceber este avanço, o que tem deixando-o muito entusiasmado para ler os livros disponíveis na sala.
Sendo assim, a avaliação deve ser um meio para que o professor possa saber quais as interferências que precisam ser feitas, e não apontamentos dos objetivos não atingidos pelos alunos, segundo Hoffmann ( 2008 p.31) “ [...] precisamos intensificar os esforços na compreensão dos diferentes modos de aprender e na promoção de melhores oportunidades para isso.) A avaliação deve ser compostas de todos os atores do processo educativo, esse olhar que Jussara Hofmann se refere  é decorrente das observações feitas por estes atores que interagem com a crianças, e esta criança precisa saber não o que errou mas ser ouvida sobre a maneira que pensou sobre determinada situação e neste dialogo com o educador e com  outras pessoas fazer seus reflexões, e construir seus conceitos.

Referência:
HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Editora Mediação, 2008


domingo, 4 de novembro de 2018

A importância da interação social na escola

Nesta semana houveram na escola duas atividades que tinham por objetivo trabalhar a afetividade entre as crianças, a Festa de Halloween e a projeção do filme Viva – A vida é uma festa. Cada uma destas atividades trabalhava um aspecto do relacionamento na escola e no convívio familiar.
A Festa do Halloween para algumas famílias é contrária as suas crenças religiosas, para outras é somente uma festa, um momento para as crianças se fantasiarem e estarem na escola de outra maneira, diferente do cotidiano escolar com seus deveres.
O filme trata da temática da ancestralidade, da morte e como é possível seguir outro modo de vida diferente do traçado pela família. Infelizmente por ser uma comunidade de vulnerabilidade social a perda é uma constante na vida das crianças, e a escola não pode se omitir deste papel, de falar da perda, da ausência, de escolhas de caminhos. Por este motivo, a temática do filme, torna-se as vésperas do feriado de finados tão pertinente.
A escola sendo um espaço social, abarca uma grande diversidade cultural, cada aluno traz no seu modo de ver o mundo os padrões culturais e as vivencias de suas famílias, a escola deste o de torna-se um espaço de acolhimento, a sala de aula o professor  muitas vezes é a figura que será o diferencial para que um aluno possa se expressar pedir ajuda. No entanto muitas vezes estes pedidos de ajuda vêm em forma de agressividades, indisciplina. Segundo Libâneo ( 2004 s.p), a escola deve ser concebida como um espaço de síntese, assumindo seu papel na construção da democracia cujo um dos objetivos seria


assegurar a ligação entre os aspectos cognitivo, social e afetivo da formação. O ensino implica lidar com os sentimentos, respeitar as individualidades, compreender o mundo cultural dos alunos e ajudá-los a se construírem como sujeitos, a aumentar sua autoestima, sua autoconfiança, o respeito consigo mesmos.



É sob esta luz, da afetividade e da interação, que analiso esta semana. No dia da festa todas as crianças dos Anos Inicias reuniram-se para celebrar acima de tudo a amizade, e deste modo, muitas crianças que as famílias por questões religiosas em um primeiro momento questionaram o tema da festa enviaram seus filhos, não fantasiados, mas lá estavam para comemorar o estar na escola, em um espaço de respeito as diferenças. Neste dia não havia alunos do 1º ano ou do 5º haviam somente crianças, dividindo o alimento, brincando  em um aprendizado que extrapola os muros da escola e o momento da festa, ao tornar a escola como dito anteriormente um espaço de acolhimento, um local que é prazeroso de estar em que posso aprender  a somar, por exemplo, mas também aprendo a repartir o último cachorro quente.
O compartilhar a merenda muitas vezes é um primeiro passo para que uma criança se aproxime das outras, iniciando desta forma a amizade que reflete no auxilio durante a execução das tarefas. Assim como, ver seu professor fora do ambiente de sala de aula brincando, interagindo com outros professores e outras crianças estreita os laços afetivos que corroboram com o aprendizado em sala de aula, e até mesmo as orientações como portar-se na festa são vistas de forma mais suave e este aprendizado se estende para outros ambientes que a crianças frequentam.

A emoção não é uma ferramenta menos importante que o pensamento. A preocupação do professor não deve se limitar ao fato de que seus alunos pensem profundamente e assimilem a geografia, mas também que a sintam. […] as reações emocionais devem constituir o fundamento do processo educativo. (VYGOTSKY, 2003, p.121)

Assim como a festa foi um momento de aprendizado permeado de afetividade, a projeção do filme tocou em questões muito delicada para as crianças, neste dia a emoção foi expressada na conversa que se seguiu após o filme, o conversar sobre a perda, a emoção ao falar da saudade e principalmente, em ter confiança em falar de seus sentimentos estabelece em aula um clima de companheirismo e solidariedade e respeito pelo que o outro está falando. Enquanto escola sabemos que muitas vezes a sala de aula é o único lugar que eles possuem para falar de suas tristezas, deste modo, não há como negligenciarmos o lado afetivo e a importância da interação dentro do ambiente escolar.


  

Referência:
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. Ed. Mediação, 2004. 5ª edição
       VYGOTSKY, L. S. Psicologia pedagógica.Porto Alegre: Artemed, 2003

domingo, 28 de outubro de 2018

A importância da pesquisa científica em sala de aula



 O tema do projeto cientifico da minha turma é sobre os vulcões, no decorrer das últimas semanas fui trazendo vários materiais para que pudessem realizar suas pesquisas. A pergunta principal que eles buscam responder através da pesquisa é como ocorre as erupções, uma das hipóteses elencadas por eles seria que as pessoas fazem barulhos ao redor do vulcão fazendo que ele acorde entrando desta forma, em erupção. As perguntas secundárias referem-se aos vulcões submarinos e seu processo de erupção, e como vivem as pessoas que moram perto de um vulcão.
Nesta semana trouxe diferentes materiais para que pudessem além de pesquisarem sobre o assunto, entrarem em contato com outros portadores de textos que possuem outra abordagem para explicar os fenômenos que envolvem os vulcões. Como material para pesquisa cientifica trouxe um vídeo sobre as placas tectônica e sobre a destruição de Pompéia pelo Vesúvio, através da literatura e da música trabalhei com  uma outra abordagem em relação aos vulcões mais lúdica,  humanizando-os mas ao mesmo tempo  possibilitando uma conversa  sobre o ser humano e sua relação com o meio que o cerca.
   Avaliando esta semana  e o envolvimento dos meus alunos nas atividades propostas  o que retorno que obtive foi muito satisfatório, foi possível observar a importância da pesquisa na vida das crianças e como um conteúdo estando relacionado com o tema torna-se mais  atrativo e a aprendizagem mais significativa, mesmo quando teoricamente não seria indicado para a faixa etária, foi o caso do documentário sobre Pompéia , que eles acharam fantástico, principalmente em relação as imagens das pessoas que foram petrificadas pela fumaça do vulcão, os questionamentos e as hipóteses que surgiram do motivo das pessoas não terem ido embora foram muito interessantes, segundo Demo  (1997, p. 11), “ [...] a criança é, por vocação, um pesquisador pertinaz, compulsivo. A escola, muitas vezes, atrapalha esta volúpia infantil, privilegiando em excesso disciplina, ordem, atenção [...]”.
A projeção do clipe também trouxeram observações interessantes como do meu aluno Kauã, segundo o que ele havia observado em outros vídeos , como o vulcão não havia entrado em erupção o nome correto seria magma e não lava como indicava o título do vídeo.
Trabalhar com projetos de pesquisa com as crianças é muito interessante, é um exercício de crescimento pois, o professor sai da sua zona de conforto que seria os assuntos que ele domina, ele torna-se ao lado de seu aluno um pesquisador, mas, os resultados são muito gratificantes, a minha satisfação se traduz na frase do meu aluno Marco Antônio “- Profe depois que pesquisarmos sobre estes vulcões podemos pesquisar sobre os que ficam embaixo d’água?” Quando que anos atrás pensaria que em uma turma de segundo ano estaria falando em vulcões, magma camadas da terra.... Neste sentido, Paulo Freire afirma
                       
     [...] toda a docência implica pesquisa e toda pesquisa verdadeira implica docência. Não há docência verdadeira em cujo processo não se encontre a pesquisa como pergunta, como indagação, curiosidade, criatividade, assim como não há pesquisa cujo andamento necessariamente não se aprenda porque se conhece e não se ensine porque se conhece e não se ensine porque se aprende. (FREIRE, 1992, p. 192-193).



Referências:

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados 2ªed., 1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1992.



domingo, 21 de outubro de 2018

A importância do ato de escrever


Durante muito tempo possuía relativa relutância em trabalhar produção de textos com meus alunos que ainda não estavam alfabetizados, principalmente os pré silábicos, por considerar que como ainda não haviam se apropriado do sistema de escrita produzir um texto seria uma atividade sem sentido para eles. Neste ano, comecei a trabalhar com minhas turmas a produção textual. Nas primeiras experiencias eles apresentaram muita resistência perguntavam com frequência quantas linhas precisavam escrever, queixavam-se que não sabia escrever, no entanto, conforme a atividade foi tornando-se mais frequente como no caso  das atividades que propus a eles nesta semana, a resistência foi diminuindo e escrever tornou-se para algumas crianças prazeroso, este gosto de escrever está presente até mesmo nas crianças que ainda encontram-se em processo de alfabetização, pois segundo Macedo, “ [...] para o construtivismo, a criança já sabe escrever desde o primeiro dia de aula, ainda que este seu saber conhecerá muitos aperfeiçoamento[...], tal que se torne mais legível para seu autor ou para outro.” Deste modo, as produções textuais são um meio par que as crianças posam expressar suas ideias, no caso daquelas que seus textos ainda são incompressíveis para outro leitor, elaborar um convite , contar uma história que ouviu,  propicia para este aluno, assim como para os outros perceberem o papel da leitura da escrita em nossa sociedade.
Como foi mencionado anteriormente esta mudança em minha prática no que se refere a produção textual trouxe frutos gratificantes, alguns alunos têm produzido excelentes textos, em relação aos alunos que ainda não estão alfabetizados, é sinalizado que existem erros, mas quando eles leem o que produziram suas histórias são coerentes. Sendo assim o meu objetivo em relação a atividade foi atingido no sentido que eles conseguiram compreender o papel de um texto, elaborando  suas ideias transformando-as em texto, as correções e reflexões são feitas em outros momentos, o maior objetivo quando proponho um produção textual é a do exercício da argumentação, do criar uma história, pois, para TFOUNI,( 2004, p.9) “Ignorar que o aluno pensa e tem condições de escrever desde muito cedo é um retrocesso.”

Referência
TFOUNI, Leda Verdiani- Letramento e Alfabetização São Paulo: Ed. Cortez, 2004, 6ª ed.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Pesquisando com as crianças


  Neste segundo semestre minha escola está envolvida com a Mostra científica , nela os alunos irão expor seus trabalhos com base na iniciação cientifica. Para os alunos dos Anos Inicias estes trabalho é realizado de acordo com a maturidade das crianças, o importante é o processo  é aguçar a curiosidade sobre determinado tema, fomentar a pesquisa.
  Trabalhar com os alunos a iniciação cientifica torna-se um desafio para o professor no meu caso por exemplo, consigo perceber claramente o meu desacomodar  em relação ao tema que meus alunos escolhera. No primeiro semestre o tem escolhido por eles foi Egito um tema que para mim devida a minha formação acadêmica me deixava muito confortável  ao propor  as atividades, e buscar o material necessário para que pudessem pesquisar e responder suas preguntas iniciais.
   No entanto, neste semestre o tema escolhido foi vulcões, e desta forma me vejo desacomodada, conheço um pouco do assunto ,mas não com tanta propriedade como o tema anterior, deste modo,agora  junto com meus alunos me vejo  pesquisadora deste tema, para que possa fazer as perguntas necessárias para que eles possam organizar suas  hipóteses e ao mesmo tempo que pesquiso sobre o tema também pesquiso como o meu aluno está construindo o seu conhecimento,não somente sobre vulcões mas na questão da leitura, de  saber que existem outros continentes, outras cidades... Neste sentido Marques ( 2007 p. 61) afirma "o  professor pesquisa e ensina. É a pesquisa que lhe dá condições de ensinar. É a pesquisa  que lhe permite aprender e ter condições de ensinar" 
    É deste lugar de professor pesquisador que me vejo, não somente pesquisando sobre um tema específico, mas como meu aluno está aprendendo, qual a melhor abordagem para que ele possa construir seu conhecimento, observando as conversas entre eles, as trocas  e principalmente aprendendo com eles, para Becker ( 2007, p. 7) "O professor é alguém que elabora planos de atividades, aplica metodologias, reproduz conteúdos, interpreta esses conteúdos, observa comportamentos e avalia processos" Desta forma estamos sempre buscando  compreender  as repostas que nossos alunos fornecem ,não considerando-as como um ponto final mas parte integrante do processo em que se encontram.


Referência:  BECKER,Fernando MARQUES, Tânia (orgs) Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre, Editora Mediação, 2007.

domingo, 14 de outubro de 2018

A importância do grupo

Nesta semana, enquanto passava uma atividade no quadro,escutei meus alunos que estavam no grupo da frente discutindo sobre as estratégias para resolver o que eu havia proposto na atividade anterior. Interessante parar e ouvir como eles, não somente discutem  e debatem , como ajudam ao colega que está com dificuldades para realizar as atividades.
Costumo trabalhar  com duas organização diferente de grupo, em um dia da semana eles estão organizados de acordo com os níveis da psicogênese e nos outros dias da semana estão organizados de forma heterogênea.
Nos grupos com uma formação heterogênea, ou seja, de diferentes níveis da psicogêneses há   a troca entre seus integrantes,pois,  o colega que, apesar de estar em outro nível também ocupa a posição de aprendente dentro do universo da sala de aula, e em outros espaços coletivos  da escola, como o recreio ou em outra atividade proposta em aula.
No entanto,mesmo quando,estão organizados em grupos, por níveis também é possível  observar estas trocas, as discussões sobre como solucionar uma atividade, percebo que estas discussões são riquíssimas, pois,  muitas vezes as soluções que eles encontram não é a mesma que havia pensado quando propus a atividade ou se a solução fosse compartilhada com os outros colegas de níveis diferentes.Segundo Becker e Marques


                                       Aprender envolve uma ambivalência afetiva muito
                                       intensa  um sentimento no sentido de aceitar  que não
                                        sei, que o que sei é incompleto ou impreciso, talvez errado e, por outro lado                                          o prazer de descobrir,[...] e encontrar resposta ao que se está procurando [...]
                                        (Becker e Marques, 2001, s.p)

Desta forma sendo a sala de aula, assim, como a escola um espaço social, a interação entre as crianças e destas com o professor é importantíssima para ocorrer o debate de ideias favorecendo , assim, a construção do conhecimento, estabelecendo vínculos que auxiliam no desenvolvimento, emocional e cognitivo, das crianças. Acredito, pois, que a interação social favorece o aprendizado do meu aluno, e a cada leitura de algum texto de Vygotsky me aproprio um pouco mais de seus conceitos, o que me possibilita  ter mais argumentos que possam comprovar minhas opiniões sobre a importância do grupo e da interação dentro da sala de aula para a construção do conhecimento.

Referência; BECKER, Fernando MARQUES, Tânia B.I. Aprendizagem Humana:Processo de Construção. Patio. Revista Pedagógica, Ano IV, nº 15, p 58 - 61, nov. 200/ jan 2001 

domingo, 7 de outubro de 2018

Intransigência


  Estamos vivendo um período conturbado de nossa história,o cenário político com o qual nos deparamos é sombrio,a radicalização de opiniões acabam dificultando um debate de ideias o que assistimos é uma avalanche de ataques, uma busca de apontar o lado obscuro do outro candidato.
  Neste cenário, qual o papel da educação? Paulo freire já falava a respeito da leitura do mundo, e neste momento ela se torna imprescindível, como vejo a sociedade em que vivo? Que desejo para o futuro? A resposta a essa perguntas são pessoais,no entanto, precisamos pensar a sociedade como um todo, pensar no bem comum, as escolas associações de bairro são exemplos de espaços que devem servir não somente para o debate mas como para um aprofundamento da reflexão das relações sociais , sejam elas na escola, em família ou no contexto maior.
Intransigência tem sido a marca da deste período, tem se buscado um culpado e um salvador da pátria, no entanto, não existem salvadores da pátria e nem um único culpado, o que há  são homens que deveriam ter seu pensamento aliado com a sociedade, uma sociedade que está baseada na diversidade seja religiosa, étnica, ...
O que somos em termos de sociedade é o reflexo das nossas escolhas, sejam elas pessoais ou políticas, o fato é que somente através de uma educação que vise tornar um cidadão crítico, consciente de seus direitos e obrigação e poderemos mudar este país, o radicalismo seja ele de que natureza , empobrece o debate, impede que a troca de ideias ocorra. Deixe para reflexão um trecho, mais atual do que nunca, do livro Política e educação de Paulo Freire.

                       Isso não deve significar,porém, que as diferenças de opções que marcam os                           distintos discursos devam afastar do diálogo os sujeitos que pensam e                                   sonham diversamente. Não há crescimento democrático fora da tolerância                             que, significando, substantivamente, a convivência entre                                                         dessemelhantes,não lhes nega contudo o direito de brigar por seus sonhos.
                         O importante é que a pura diferença não seja razão de ser decisiva para                                que se rompa ou nem sequer se inicie um diálogo através do qual                                          pensares diversos,sonhos opostos, não possam concorrer para o                                           crescimento dos diferentes,para o acrescentamento de saberes.                                                                                                                         (FREIRE,2001 s. p.)



Referência:

FREIRE,Paulo. Educação Permanente e as Cidades Educativas in: Política e Educação:ensaios. 5ª ed. São Paulo:Cortez 2001. Coleção Questões da nossa Época vol. 23.


domingo, 30 de setembro de 2018

Docência compartilhada


Meus alunos do turno da manhã são muito curiosos.Quando pesquisaram o Egito algumas questões ficaram sem respostas,pois, como são muito pequenos as informações eram muito complexas para que pudessem extrair as devidas informações. Deste modo, convidamos o professor de história da escola para dar os devidos esclarecimentos.
No entanto, quando o professor chegou nasala, as crianças encheram  de perguntas sobre vários assuntos e com muito carinho foi tentando responder,mas quando estas questões se resumiram ao campo das ciências naturais ele sugeriu que eles conversassem com a professora de ciências da escola, e foi isto que fizemos.
Após inúmeras perguntas foia vez dela lançar um desfio para eles: Que cor é o céu?No dia marcado a professora foi na sala de aula para ouvir as explicações das crianças,que com o auxílio da família fizeram a pesquisas  e após todos terem relatado o que pesquisaram   a professora fez um fechamento.
Destas duas experiências foi possível,observar como seria produtivo se pudêssemos compartilhar nossa sala de aula com outros colegas, os dois interagindo ao mesmo tempo com os alunos. Dividir a sala de aula com outros colegas, pesquisar na rede ,na minha opinião mostra para meus alunos que, primeiramente, precisamos buscar em fontes seguras informações para podermos responder nossas perguntas, ou seja, a pesquisa é muito importante.Em segundo lugar, acredito que seja algo mais subjetivo, se meu professor não sabe de tudo, eu também tenho o direito de, não sabendo tudo ir pesquisar e buscar minhas resposta.
A docência compartilhada transforma a sala de aula em um espaço onde todos estão para aprender e ensinar, compartilhando saberes e construindo seus conhecimentos.

domingo, 23 de setembro de 2018

Dialogando com os teóricos



    Neste momento que estou elaborando meu projeto de estágio, reler teóricos estudados é pensar como aquelas teorias  vem influenciando a minha prática em sala de aula, pois somente com este embasamento teórico e possível repensar a prática, reconhecendo o que está certo e o que precisa ser mudado para que, aquilo que acredito possa ter resultados, auxiliar meu aluno na sua formação enquanto cidadão crítico questionador  que formula hipóteses e busca suas respostas.
    Dialogar com os teóricos no meu ponto de vista é observar aquela informação que passou despercebia em outras ocasiões e,baseados em observações em sala de aula, com um olhar mais criterioso perceber na prática o que teoricamente foi estudado.
      A prática em sala de aula é um exercício de conversa, entre o professo e o seu aluno, como do professor com os teóricos que ele busca para basear sua prática,muitas vezes adotamos um posicionamento , uma prática de forma empírica,mas  por exemplo, quando li os textos de Wallon em relação a importância da afetividade para a aprendizagem , percebi como disse anteriormente que o que eu sempre acreditei tem sentido, os textos de Wallon, entre outros que tratam da afetividade na aprendizagem  me fornecem argumentos para poder rebater algumas colocações como -" AH mas ela é tão mãezinha!" , não é uma questão de ser ou não maternal,mas sim de saber que afetividade e a interação entre os pares e das crianças com o professor são fatores importante para que a aprendizagem ocorra.Segundo Ferreira (2010,p 24) "[...] pois a experiência indica que o afeto influencia as relações e os processos de aprendizagem, requerendo visões inclusivas e capazes de resgatar a dimensão de cuidado necessário ao processo educativo."

 Muitas vezes estes diálogos teóricos ocorrem de maneira indireta, por influencia de professores que já possuem uma caminhada mais longa, por exemplo, a professora Ana Maria Rangel, a partir de uma aula que assiste ainda nos primeiros semestres mudei a minha prática em relação aos meus alunos pré silábicos, hoje eles não copiam mais do quadro, pois segundo a professora para crianças nesta fase de desenvolvimento a copia do quadra ´uma atividade sacrificante. Minha prática também mudou com aulas da professora Luciane Corte Real, na questão que nem sempre nossos alunos estão dispostos a receber um gesto de afeto é preciso observar os sinais e respeitar seus desejos,pois mesmo com boas intenções podemos estar invadindo seu espaço.




Referência:FERREIRA, Aurino Lima, RÉGNIER-ACIOLY, Nadja Maria. Contribuições de Henri Wallon à  relação cognição e afetividade na educação. Curitiba.: Ed. UFPR, Educar n. 36, p. 21 -38, 2010.

domingo, 16 de setembro de 2018

Provocações


     No meu planejamento desta semana  havia programado para a Hora do Conto  a história do Negrinho do Pastoreio. No entanto, antes de iniciar a atividade decidir conversar com meus alunos sobre a Guerra dos Farrapos, para que pudessem compreender um pouco mais sobre o feriado de 20 de setembro.
     Deste modo, passei dois documentários sobre o tema, o primeiro tratava-se de um breve resumo sobre a Guerra dos Farrapos e o segundo sobre a Batalha dos Porongos. Apesar de serem crianças pequenas, segundo ano, assistiram os documentários com muita atenção o que se segui depois foi uma conversa sobre escravidão, racismo e preconceito terminando na discussão do plano de governo de um dos presidenciáveis que planeja a liberação do porte de armas e sobre outro candidato que não pode concorrer por estar preso.
     Acredito que nosso papel enquanto educador também inclui provocarmos os nossos alunos, é convidá-los a pensar, muitas vezes pensamos que por serem pequenos não percebem o que está ocorrendo a sua volta. No entanto, se nós educadores ignorarmos estas inquietações estamos negando o real sentido da educação o da transformação social através da reflexão, do posicionamento tão necessário para que  esta geração consiga executar as mudanças políticas e sociais que nossa sociedade precisa.

domingo, 9 de setembro de 2018

Iniciando a caminhada





      O estágio é um momento diferente dentro da vida acadêmica, apesar de ser professora  o estágio é cheio de curiosidades e dúvidas. Ter uma terceira pessoa avaliando o nosso trabalho é uma situação diferente, estamos acostumadas a avaliação dos alunos ,pais, colegas... mas quando se assume o papel de aluna a a avaliação de alguém de fora do contexto de sala de aula gera um pouco de apreensão,pois, como disse anteriormente é uma outra visão, diria uma visão acadêmica, em que acredito, estará não somente observando nossa prática,mas também se o nosso discurso está alinhado a nossa prática, uma vez que, uma bos prática precisa está alicerçada em um domínio teórico.
      Nesta semana inicia-se oficialmente o estágio, no sentido conhecer o orientador, trocar as primeiras informações  e começar a traçar o perfil deste estágio, que este período seja frutífero tanto pessoalmente como profissionalmente.



domingo, 2 de setembro de 2018

Dúvidas e certezas provisórias



    Este semestre está marcado pelo menos, para mim de muitas dúvidas e certezas provisórias. São provisórias minhas certezas por que pela minha experiencia em sala de aula há dias , que  entro para sala de aula com convicta que  meu plano ia  se desenvolver perfeitamente mas, como trabalho com seres humanos nem sempre as crianças estão abertas aquilo que planejei, isto pode ocorrer pois o assuntos era interessante somente para mim ou algo de extraordinário aconteceu em suas vidas ou em sua comunidade.
     Em outros momentos chego diante da turma, com a certeza que a atividade que havia planejado eles não iriam conseguir desenvolver, que o desafio não seria cumprido,mas novamente eles surpreendem não só solucionam o desafio como sugerem com ´possibilidades que não havia planejado.
   As dúvidas fazem parte deste semestre. Como aliar meus planejamentos com as orientações do orientador? Como as crianças regiram a alguém observando a professora? Pois para eles é muito estranho saber que a professora também possui um professor.
   Mas as dúvidas e as certezas,provisórias, fazem parte desta experiencia que é o estagio.Naquele momento que o orientador está ali para te observar o tempo de experiencia é irrelevante, torno  novamente a ser  aluna diante de um avaliador, mas ao mesmo tempo estou ciente  que esta observação tem por objetivo aprimorar minha prática e me auxiliar  a aliar os teórico que estudei na academia com o cotidiano de sala de aula. 




domingo, 26 de agosto de 2018

Uma nova etapa

O inicio do oitavo semestre  marca uma nova fase, o estágio e sinaliza que estamos nos aproximando do final do nosso curso.
Característica espaciais marcam estes dois últimos semestres, o oitavo com o estágio e o novo com o TCC., iniciamos uma nova fase, de aprendizado? Sim sempre. 
Mas também é um momento de refletirmos sobre tudo que estudamos ao longo destes anos, se trata portanto de um momento de reflexão sobre quais autores mais nos identificamos , quais são as teorias que irão basear não somente o estágio mas toda a nossa prática em sala de aula, uma vez, que ninguém permanece com a mesma visão sobre educação que possuía inicio da graduação,mesmo aquelas de nós que acreditam que sua linha de atuação é o melhor caminho para auxiliar seus alunos na construção do conhecimento, mesmo estas, agora apresentam em sua prática  o embasamento de todos os teóricos com os quais trabalhamos, refletem as conclusões resultantes das trocas de ideias e de experiência.