domingo, 28 de outubro de 2018

A importância da pesquisa científica em sala de aula



 O tema do projeto cientifico da minha turma é sobre os vulcões, no decorrer das últimas semanas fui trazendo vários materiais para que pudessem realizar suas pesquisas. A pergunta principal que eles buscam responder através da pesquisa é como ocorre as erupções, uma das hipóteses elencadas por eles seria que as pessoas fazem barulhos ao redor do vulcão fazendo que ele acorde entrando desta forma, em erupção. As perguntas secundárias referem-se aos vulcões submarinos e seu processo de erupção, e como vivem as pessoas que moram perto de um vulcão.
Nesta semana trouxe diferentes materiais para que pudessem além de pesquisarem sobre o assunto, entrarem em contato com outros portadores de textos que possuem outra abordagem para explicar os fenômenos que envolvem os vulcões. Como material para pesquisa cientifica trouxe um vídeo sobre as placas tectônica e sobre a destruição de Pompéia pelo Vesúvio, através da literatura e da música trabalhei com  uma outra abordagem em relação aos vulcões mais lúdica,  humanizando-os mas ao mesmo tempo  possibilitando uma conversa  sobre o ser humano e sua relação com o meio que o cerca.
   Avaliando esta semana  e o envolvimento dos meus alunos nas atividades propostas  o que retorno que obtive foi muito satisfatório, foi possível observar a importância da pesquisa na vida das crianças e como um conteúdo estando relacionado com o tema torna-se mais  atrativo e a aprendizagem mais significativa, mesmo quando teoricamente não seria indicado para a faixa etária, foi o caso do documentário sobre Pompéia , que eles acharam fantástico, principalmente em relação as imagens das pessoas que foram petrificadas pela fumaça do vulcão, os questionamentos e as hipóteses que surgiram do motivo das pessoas não terem ido embora foram muito interessantes, segundo Demo  (1997, p. 11), “ [...] a criança é, por vocação, um pesquisador pertinaz, compulsivo. A escola, muitas vezes, atrapalha esta volúpia infantil, privilegiando em excesso disciplina, ordem, atenção [...]”.
A projeção do clipe também trouxeram observações interessantes como do meu aluno Kauã, segundo o que ele havia observado em outros vídeos , como o vulcão não havia entrado em erupção o nome correto seria magma e não lava como indicava o título do vídeo.
Trabalhar com projetos de pesquisa com as crianças é muito interessante, é um exercício de crescimento pois, o professor sai da sua zona de conforto que seria os assuntos que ele domina, ele torna-se ao lado de seu aluno um pesquisador, mas, os resultados são muito gratificantes, a minha satisfação se traduz na frase do meu aluno Marco Antônio “- Profe depois que pesquisarmos sobre estes vulcões podemos pesquisar sobre os que ficam embaixo d’água?” Quando que anos atrás pensaria que em uma turma de segundo ano estaria falando em vulcões, magma camadas da terra.... Neste sentido, Paulo Freire afirma
                       
     [...] toda a docência implica pesquisa e toda pesquisa verdadeira implica docência. Não há docência verdadeira em cujo processo não se encontre a pesquisa como pergunta, como indagação, curiosidade, criatividade, assim como não há pesquisa cujo andamento necessariamente não se aprenda porque se conhece e não se ensine porque se conhece e não se ensine porque se aprende. (FREIRE, 1992, p. 192-193).



Referências:

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados 2ªed., 1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1992.



domingo, 21 de outubro de 2018

A importância do ato de escrever


Durante muito tempo possuía relativa relutância em trabalhar produção de textos com meus alunos que ainda não estavam alfabetizados, principalmente os pré silábicos, por considerar que como ainda não haviam se apropriado do sistema de escrita produzir um texto seria uma atividade sem sentido para eles. Neste ano, comecei a trabalhar com minhas turmas a produção textual. Nas primeiras experiencias eles apresentaram muita resistência perguntavam com frequência quantas linhas precisavam escrever, queixavam-se que não sabia escrever, no entanto, conforme a atividade foi tornando-se mais frequente como no caso  das atividades que propus a eles nesta semana, a resistência foi diminuindo e escrever tornou-se para algumas crianças prazeroso, este gosto de escrever está presente até mesmo nas crianças que ainda encontram-se em processo de alfabetização, pois segundo Macedo, “ [...] para o construtivismo, a criança já sabe escrever desde o primeiro dia de aula, ainda que este seu saber conhecerá muitos aperfeiçoamento[...], tal que se torne mais legível para seu autor ou para outro.” Deste modo, as produções textuais são um meio par que as crianças posam expressar suas ideias, no caso daquelas que seus textos ainda são incompressíveis para outro leitor, elaborar um convite , contar uma história que ouviu,  propicia para este aluno, assim como para os outros perceberem o papel da leitura da escrita em nossa sociedade.
Como foi mencionado anteriormente esta mudança em minha prática no que se refere a produção textual trouxe frutos gratificantes, alguns alunos têm produzido excelentes textos, em relação aos alunos que ainda não estão alfabetizados, é sinalizado que existem erros, mas quando eles leem o que produziram suas histórias são coerentes. Sendo assim o meu objetivo em relação a atividade foi atingido no sentido que eles conseguiram compreender o papel de um texto, elaborando  suas ideias transformando-as em texto, as correções e reflexões são feitas em outros momentos, o maior objetivo quando proponho um produção textual é a do exercício da argumentação, do criar uma história, pois, para TFOUNI,( 2004, p.9) “Ignorar que o aluno pensa e tem condições de escrever desde muito cedo é um retrocesso.”

Referência
TFOUNI, Leda Verdiani- Letramento e Alfabetização São Paulo: Ed. Cortez, 2004, 6ª ed.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Pesquisando com as crianças


  Neste segundo semestre minha escola está envolvida com a Mostra científica , nela os alunos irão expor seus trabalhos com base na iniciação cientifica. Para os alunos dos Anos Inicias estes trabalho é realizado de acordo com a maturidade das crianças, o importante é o processo  é aguçar a curiosidade sobre determinado tema, fomentar a pesquisa.
  Trabalhar com os alunos a iniciação cientifica torna-se um desafio para o professor no meu caso por exemplo, consigo perceber claramente o meu desacomodar  em relação ao tema que meus alunos escolhera. No primeiro semestre o tem escolhido por eles foi Egito um tema que para mim devida a minha formação acadêmica me deixava muito confortável  ao propor  as atividades, e buscar o material necessário para que pudessem pesquisar e responder suas preguntas iniciais.
   No entanto, neste semestre o tema escolhido foi vulcões, e desta forma me vejo desacomodada, conheço um pouco do assunto ,mas não com tanta propriedade como o tema anterior, deste modo,agora  junto com meus alunos me vejo  pesquisadora deste tema, para que possa fazer as perguntas necessárias para que eles possam organizar suas  hipóteses e ao mesmo tempo que pesquiso sobre o tema também pesquiso como o meu aluno está construindo o seu conhecimento,não somente sobre vulcões mas na questão da leitura, de  saber que existem outros continentes, outras cidades... Neste sentido Marques ( 2007 p. 61) afirma "o  professor pesquisa e ensina. É a pesquisa que lhe dá condições de ensinar. É a pesquisa  que lhe permite aprender e ter condições de ensinar" 
    É deste lugar de professor pesquisador que me vejo, não somente pesquisando sobre um tema específico, mas como meu aluno está aprendendo, qual a melhor abordagem para que ele possa construir seu conhecimento, observando as conversas entre eles, as trocas  e principalmente aprendendo com eles, para Becker ( 2007, p. 7) "O professor é alguém que elabora planos de atividades, aplica metodologias, reproduz conteúdos, interpreta esses conteúdos, observa comportamentos e avalia processos" Desta forma estamos sempre buscando  compreender  as repostas que nossos alunos fornecem ,não considerando-as como um ponto final mas parte integrante do processo em que se encontram.


Referência:  BECKER,Fernando MARQUES, Tânia (orgs) Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre, Editora Mediação, 2007.

domingo, 14 de outubro de 2018

A importância do grupo

Nesta semana, enquanto passava uma atividade no quadro,escutei meus alunos que estavam no grupo da frente discutindo sobre as estratégias para resolver o que eu havia proposto na atividade anterior. Interessante parar e ouvir como eles, não somente discutem  e debatem , como ajudam ao colega que está com dificuldades para realizar as atividades.
Costumo trabalhar  com duas organização diferente de grupo, em um dia da semana eles estão organizados de acordo com os níveis da psicogênese e nos outros dias da semana estão organizados de forma heterogênea.
Nos grupos com uma formação heterogênea, ou seja, de diferentes níveis da psicogêneses há   a troca entre seus integrantes,pois,  o colega que, apesar de estar em outro nível também ocupa a posição de aprendente dentro do universo da sala de aula, e em outros espaços coletivos  da escola, como o recreio ou em outra atividade proposta em aula.
No entanto,mesmo quando,estão organizados em grupos, por níveis também é possível  observar estas trocas, as discussões sobre como solucionar uma atividade, percebo que estas discussões são riquíssimas, pois,  muitas vezes as soluções que eles encontram não é a mesma que havia pensado quando propus a atividade ou se a solução fosse compartilhada com os outros colegas de níveis diferentes.Segundo Becker e Marques


                                       Aprender envolve uma ambivalência afetiva muito
                                       intensa  um sentimento no sentido de aceitar  que não
                                        sei, que o que sei é incompleto ou impreciso, talvez errado e, por outro lado                                          o prazer de descobrir,[...] e encontrar resposta ao que se está procurando [...]
                                        (Becker e Marques, 2001, s.p)

Desta forma sendo a sala de aula, assim, como a escola um espaço social, a interação entre as crianças e destas com o professor é importantíssima para ocorrer o debate de ideias favorecendo , assim, a construção do conhecimento, estabelecendo vínculos que auxiliam no desenvolvimento, emocional e cognitivo, das crianças. Acredito, pois, que a interação social favorece o aprendizado do meu aluno, e a cada leitura de algum texto de Vygotsky me aproprio um pouco mais de seus conceitos, o que me possibilita  ter mais argumentos que possam comprovar minhas opiniões sobre a importância do grupo e da interação dentro da sala de aula para a construção do conhecimento.

Referência; BECKER, Fernando MARQUES, Tânia B.I. Aprendizagem Humana:Processo de Construção. Patio. Revista Pedagógica, Ano IV, nº 15, p 58 - 61, nov. 200/ jan 2001 

domingo, 7 de outubro de 2018

Intransigência


  Estamos vivendo um período conturbado de nossa história,o cenário político com o qual nos deparamos é sombrio,a radicalização de opiniões acabam dificultando um debate de ideias o que assistimos é uma avalanche de ataques, uma busca de apontar o lado obscuro do outro candidato.
  Neste cenário, qual o papel da educação? Paulo freire já falava a respeito da leitura do mundo, e neste momento ela se torna imprescindível, como vejo a sociedade em que vivo? Que desejo para o futuro? A resposta a essa perguntas são pessoais,no entanto, precisamos pensar a sociedade como um todo, pensar no bem comum, as escolas associações de bairro são exemplos de espaços que devem servir não somente para o debate mas como para um aprofundamento da reflexão das relações sociais , sejam elas na escola, em família ou no contexto maior.
Intransigência tem sido a marca da deste período, tem se buscado um culpado e um salvador da pátria, no entanto, não existem salvadores da pátria e nem um único culpado, o que há  são homens que deveriam ter seu pensamento aliado com a sociedade, uma sociedade que está baseada na diversidade seja religiosa, étnica, ...
O que somos em termos de sociedade é o reflexo das nossas escolhas, sejam elas pessoais ou políticas, o fato é que somente através de uma educação que vise tornar um cidadão crítico, consciente de seus direitos e obrigação e poderemos mudar este país, o radicalismo seja ele de que natureza , empobrece o debate, impede que a troca de ideias ocorra. Deixe para reflexão um trecho, mais atual do que nunca, do livro Política e educação de Paulo Freire.

                       Isso não deve significar,porém, que as diferenças de opções que marcam os                           distintos discursos devam afastar do diálogo os sujeitos que pensam e                                   sonham diversamente. Não há crescimento democrático fora da tolerância                             que, significando, substantivamente, a convivência entre                                                         dessemelhantes,não lhes nega contudo o direito de brigar por seus sonhos.
                         O importante é que a pura diferença não seja razão de ser decisiva para                                que se rompa ou nem sequer se inicie um diálogo através do qual                                          pensares diversos,sonhos opostos, não possam concorrer para o                                           crescimento dos diferentes,para o acrescentamento de saberes.                                                                                                                         (FREIRE,2001 s. p.)



Referência:

FREIRE,Paulo. Educação Permanente e as Cidades Educativas in: Política e Educação:ensaios. 5ª ed. São Paulo:Cortez 2001. Coleção Questões da nossa Época vol. 23.