domingo, 18 de novembro de 2018

Refletindo sobre o debate em sala de aula




Considero muito importante a participação de meus alunos durante as aulas, gosto e incentivo que tragam assuntos que estejam além dos conteúdos vistos no durante as aulas. Segundo Libâneo:
 [...] o professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. (LIBÂNEO 1994, p.250)
 Desta forma, no decorrer deste ano, em vários momentos os alunos foram trazendo assuntos que estavam na mídia ou tinham interesse, para serem discutidos. Na maioria das vezes, estes momentos ocorreram em meio as explicações ligadas a História disciplina que tenho forte ligação e, portanto, percebo que passo este interesse as crianças, facilitando um maior dialogo e interação não somente comigo, mas com os colegas e até mesmo com outros professores da escola. De acordo com Leite, Tassoni ( 2002 p. 124) “[...]Nesse processo de inter-relação, o comportamento do professor, em sala de aula, através de suas intenções, crenças, valores, sentimentos e desejo, afeta cada aluno individualmente”
No entanto, durante esta semana me questionei em relação ao debate em sala de aula, não quanto a sua importância para a construção das opiniões, mas se não tenho perdido o foco durante estes debates. A situação ocorreu durante a explicação da Proclamação da República, alguns alunos começaram a perguntar e quando percebi estava falando sobre outras questões, interessantes, mas que desviaram o foco da aula e outras crianças acabaram se dispersando, não perguntavam sobre nem sobre os assuntos trazidos pelos colegas nem sobre o assunto inicial da aula, Proclamação da República.
Posteriormente quando fui avaliar a aula  comecei a analisar estas questão  o que me fez recordar da fala da professora Luciane do Colégio de Aplicação da UFRGS, quando os alunos trazem algo que foge ao tema ouvimos e solicitamos para que o aluno guarde aquela pergunta para outro momento, isto não significa que a pergunta será desconsiderada mas, que sim,  haverá outro momento para pesquisar ou conversar sobre ela.  
Acredito  que esse possa ser um dos caminhos para manter o debate, mas também não desviar o foco do assunto principal, talvez em outras situações semelhantes eu venha agir de forma diferente, fazer a explicação  para todos e depois conversar com os alunos sobre questões que tenham interesse, em outros momentos faremos a discussão de forma coletiva pois apesar de ter sido trazido por um aluno trata-se do  interesse de todos, pois, segundo Paulo Freire(2000 p. “[...] A seriedade do diálogo, a entrega à busca crítica não se confunde com tagarelice. Dialogar não é tagarelar”



  
Referências:

FREIRE, Paulo. À Sombra desta Mangueira São Paulo: Editora Olho d’agua, 2000.
LEITE, S. A. S.; TASSONI, E. C. M. A afetividade em sala de aula: as condições de ensino e a mediação do professor. In: Azzi, Roberta e Sadalla, Ana Maria. (Org.). Psicologia e Formação docente. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, p. 113-141.
 LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

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