domingo, 30 de outubro de 2016

Quem acolhe a escola?

    Quem acolhe a escola? Esta é a pergunta que todos nós professores da escola Júlio Brunelli  nos fazíamos  na manhã  do dia 24 de outubro. Quando chegamos para trabalhar na manha da segunda -feira nos deparamos com um cenário chocante,nossa escola havia sido alvo de vandalismo.  
     Ver a escola vandalizada foi muito chocante,pois, com a nova direção tem havido todo um esforço para resgatar a comunidade ,fazendo com que esta sinta-se pertencente a escola. Nosso  intuito  é fazer com que a comunidade perceba a escola como parte dela e não como um corpo estranho sem nenhuma relação com a vida  de seus alunos e muitas famílias tem percebido esta nova proposta  e frequentado e visto a escola com  um olhar diferente do que até possuíam.
     Passado o choque inicial, a comunidade ,pais e alunos, foram convidados a ajudarem a participar de um mutirão de limpeza,para nossa alegria  pais e alunos compareceram munidos de baldes, vassouras e produtos de limpeza . Muitas salas não foram alvo do vandalismo,como a minha, mas mesmo assim mães foram a ajudaram a limpar a sala dos filhos e a escola.
     Terminado mutirão, nós mesmos tínhamos a resposta par a pergunta  feita na segunda-feira, a escola foi acolhida pela comunidade que vê na escola e na educação um futuro melhor para os filhos, não foram a totalidades dos pais, mas os que foram, refletiram o sentimento de muitos que não puderam estar apesar de desejarem.Em relação aos pais que nos criticaram por fazer um mutirão de limpeza envolvendo seus filhos, estamos respondendo com aulas de cidadania, educação é muito mais que trabalhar português ou matemática é preparar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, pessoas solidárias aos problemas dos outros.

Reunião com a comunidade relatando o ocorrido

Mutirão da limpeza:
limpeza da minha sala


Mutirão da limpeza:
alunos ajudando na limpeza do saguão da escola

domingo, 23 de outubro de 2016

O tempo não para

     Devido a rapidez das informações, o ritmo acelerado da vida moderna que nos cobra que estejamos sempre atualizados em termo de noticias e  novidades tecnológicas a nossa relação com tempo tem se modificado ao longo destas últimas décadas. Nossa noção de tempo tornou-se variável conforme nossa agenda ou nossas emoções frente a diversas situações.
     No espaço escolar a relação com o tempo possuem diversas nuances. Para as famílias e para o governo as crianças deveriam passar mais tempo na escola para que possam avançar no seu processo de aprendizagem.Diante das cobranças por melhores resultados os professores são pressionados a observar as especificidades de cada aluno,mas sem deixar de lado  o conteúdo que é considerado necessário para aquele ano, como resultado disto,o tempo que ele destina a suas atividades parece-lhe insuficiente para  que possa atingir todos os objetivos.
    A relação dos alunos com o tempo escolar também é pautado pela maneira que  vivenciam seu papel  na escola e desta em sua vida. Quando as atividades  são prazerosas eles sempre solicitam que haja um prolongamento da atividade, e muita  vezes quando a escola é o único espaço que sentem-se pertencentes há um lugar o tempo que permanecem na escola independente de estar ou não envolvido com atividades tornam-se precioso, e portanto, pouco. " (...) No reino infantil, que é o tempo, não há sucessão nem consecutividade,mas intensidade da duração." ( KOHAN, 2007,n.p. apud  OLIVEIRA, n.p.)
    Como diz a música de Cazuza "O tempo não para" , e portanto a escola precisa contemplar os diversos tempos de seus atores. Uma maneira para que isto ocorra, seriam as reuniões de professores que são espaços para que ocorram   debates necessários para que a qualidade do tempo destinado as atividades escolares contemplem não somente o respeito ao tempo individual de cada aluno, como a pesquisa  e consequentemente o aprendizado seja construído com base  como resultado destas. Deste modo, o tempo que se passa na escola ou realizando pesquisa em em torno de um assunto de seu interesse seja frutifero.

domingo, 16 de outubro de 2016

Iniciação científica

     Neste ano nos foi proposto pela direção da escola que começássemos a trabalhar com as crianças a pesquisa,não a escolar em que o ano lê em um livro e responde perguntas elaborados pelo professor.  Mas sim, que as pesquisa fossem norteadas pela curiosidade dos alunos, questionamentos em que precisariam fazer realmente uma pesquisa cientifica para que pudessem responder seus questionamentos iniciais, ou seja, suas hipóteses a respeito do tema escolhido
   Quando se fala de cientistas as crianças sempre relacionam com laboratórios, elementos explodindo e principalmente, ao fato de um cientista ser um homem.Por este motivo  as atividades desenvolvidas durante nosso trabalho da iniciação cientifica foi muito interessante.
Nossa atividade disparadora foi  o livro O sanduiche da Maricota, após uma conversa sobre a história, comecei fazendo alguns questionamentos  que começaram a gerar por parte das crianças perguntas muito interessantes sobre os animais. Em um primeiro momento perguntavam o que qualquer coisa, mas na medida que foram percebendo que tudo que eles perguntavam eu escrevia no quadro, as perguntas foram sendo cada vez mais especificas, por exemplo: -" Como as aranhas fazem as teias?  "Os coelhos comem cenouras?" Por que os gatos não gostam de água?" Já a turma da tarde, demostrou um interesse maior pelas abelhas: Por que as abelhas tem ferrão?"  Será que as abelhas dormem?"
    Todas estas perguntas geraram muita pesquisa em casa com a família, na biblioteca  e no laboratório da escola, visita ao Zoológico. Todo este processo foi construindo nas crianças o interesse não somente pelo assunto escolhido mas principalmente pela pesquisa. Nosso trabalho ainda não terminou temos muitas perguntas a serem respondidas, algumas hipóteses já foram feitas como por exemplo: As abelhas carregam o mel na barriga e depois vomitam na colmeia." No entanto, ele está sendo muito mais gratificante, pois é possível ver o crescimento  das crianças não somente na construção do seu conhecimento como também em outros aspectos que envolveram a solidariedade ao colega que não conseguia fazer um trabalho ou pesquisar no livro. Muitas vezes focamos somente no resultado e nos esquecemos que  o processo que em termos de pesquisa, é tão importante quanto as respostas ao questionamento inicial.

Visita ao zoológico:

colmeia de garrafa pet 
conhecendo o laboratório da escola




domingo, 9 de outubro de 2016

Matemática também pode ser divertida

   Para mim assim como para mutos estudantes a matemática sempre foi um grande bicho papão, e no meu caso para piorar a situação ainda precisava simpatizar com o professor, pois senão  a recuperação era certa e  assim como no final do ano  a iminência de reprovação.
 Esta minha experiência com a matemática revela como muitas vezes a maneira que o professor trabalha com a disciplina é essencial para que muitas vezes os alunos possam aprender os conceitos básicos. Fruto de uma geração em que a decoreba era comum em todas as disciplinas,muitas vezes tive professores que utilizavam a matemática  e seus conceitos para que a turma não fugissem do seu controle:-" essa matéria é muito difícil e  cai na prova!" "- Muitos alunos reprovam nesta série porque não dominam este conteúdo!"...  Ou seja, compreender o processo ou fazer relação com o que está trabalhando em sala de aula e o cotidiano, nem pensar!
 A maneira autoritária com que ela me foi passada ficou para trás, busco fazer com que meus alunos estabeleçam relações com o seu cotidiano e percebam  como a matemática está inserida em seu cotiano. Em nossa primeira aula presencial da interdisciplina de Representação do mundo ´pela matemática, realizamos um jogo de Pif Maia, nos divertimos muito. E me fez refletir a importância de como nós enquanto estudantes nos relacionamos com determinados assuntos,pois, esta nossa relação gera reflexos em nossa pratica enquanto professores. Se um assunto  sempre nos foi interessante acabamos deixando transparecer aos nossos alunos este sentimento e muitas vezes eles terminam dividindo conosco, estas predileções. No caso da matemática, apesar de gostar de trabalhar com meus alunos, não flui com a mesma naturalidade e leveza com que trabalho com alfabetização ou Estudos Sociais. Portanto esta experiência, que tive na primeira aula presencial, me fez refletir sobre minha relação com a matemática. E espero que ao longo deste semestre ela possa ser transformada, melhorando desta forma e qualificando ainda mais as minhas aulas e a relação de meus a alunos com o universo matemático.

domingo, 2 de outubro de 2016

Afeto e educação

      Muitas vezes me questiono quais as estratégias que posso utilizar para atingir meus alunos levando-os a construir seu conhecimento. Jogos, música, poesia,saída de campo fazem parte de meu planejamento e de muitos colegas e considero que todas estas ferramentas assim como o conhecimento do professor  são muito importantes  no processo de aprendizagem das crianças.
      No entanto, faço minhas as palavras do apostolo Paulo "(...) se não tiver amor,nada serei". O que tenho confirmado  nestes último tempos é como uma relação afetuosa em aula pode perdurar por muito tempo, digo isto pois reencontrei dois ex alunos, e o  afeto permeou nossas conversas. Minha ex aluna vai observar minhas aulas e realmente é gratificante ver  que tendo se passado dez anos, que alguma atitude minha marcou aquela menina e fez com que agora moça, procurasse a escola e se emocionasse em saber que estaria comigo.
      Em alguns momentos,  parece que o meu  trabalho não está tendo os resultados esperados, e às vezes realmente não estão, se formos pensar em termo pedagógicos.Mas esqueço de analisar o quanto estou afetando nosso aluno emocionalmente,pois, todos nos professores deixamos marcas emocionais em nossos alunos. 
      Acredito que através do afeto é possível auxiliar no aprendizado de nossos alunos. Quando mostramos que estamos dispostos a ouvir não somente o que falam, mas, principalmente o que  revelam  em seus gestos e atitudes, deixamos claro o quanto eles são importantes para nós,e  em alguns casos, é somente na escola que as crianças encontram  atenção  e afeto.
    Em seu livro, através do personagem principal, Augusto Cury fala sobre não haver cofres que não podem ser abertos e sim chaves erradas, neste sentido tenho refletido muito sobre que chave tenho usado para trabalhar com aquele aluno que ainda não consegue se integrar ao grupo ou que utiliza-se de meios físicos para solucionar seus problemas.


Referência: CURY, Augusto. Em busca do sentido da vida- 2 ed.- São Paulo: Planeta,2013.