A segunda
postagem revisitada fala sobre a curiosidade das crianças e como
través de perguntas que para nós adultos são simples é possível auxiliar nossos alunos na elaboração de suas pesquisas.
Na manhã deste
sábado, 24/11, ocorreu em minha escola a Mostra Científica. Mas que
apresentações de trabalhos, a mostra tem por objetivo despertar nas crianças o
gosto pela pesquisa e conforme sua etapa de escolarização, as exigências vão
aumentando. Para o bloco de alfabetização, em via de regra, o tema é único,
elaboramos a pregunta principal e as secundárias e o levantamento de hipóteses,
o importante é o processo. Para os anos seguintes já há a introdução do mapa
conceitual e o hipertexto.
Quando a iniciação científica
foi proposta pela direção da escola, há dois anos atrás, foi muito difícil
abrir mão daquela sensação que precisava ter tudo sobre controle, que para a
Mostra tudo deveria estar perfeito e, prefeito, tinha como significado estar
tudo pronto, todos os questionamentos respondidos, questionamentos que muitas
vezes que eram propostos por mim.
Mas analisando pós mostra a
trajetória de meus alunos, apesar de tudo dar certos em termos de erupção
vulcânica, os grandes avanços foram as pesquisas e o conhecimento construído.
Por se tratarem de crianças pequenas, claro,
a culminância foi a erupção e presença dos pais, mas reafirmo houve um grande avanço, tanto deles como meu
enquanto educadora, e devido ao fato de
deles terem sido os protagonistas neste processo de construção da mostra, o
interesse por assuntos ligados aos vulcões os motivam a continuar pesquisando.
Segundo Lorenzetti, (2000, p.32) “As Ciências
Naturais passam a ter significado à medida que possibilitam a compreensão dos
fenômenos e objetos científicos através da interação que se estabelece e das
relações construídas com outros saberes.” É isto foi possível observar na
construção dos textos, nas relações estabelecidas entre as informações
cientificas e uma música ou um poema trabalhado. Paralelo ao trabalho de
pesquisa relacionado com o tema outros conhecimentos e outras aérea foram sendo
trabalhadas, como por exemplo, vencer a timidez para explicar a erupção
vulcânica, ou o despertar do interesse pela História Antiga através da destruição
de Pompéia pelo Vesúvio.
Deste modo, os grandes
protagonistas do dia foram as crianças, não que em outros momentos isto também
não ocorra, mas foi muito mais gratificante vê-los explicando sobre as erupções,
e ao mesmo tempo que iam trazendo outras informações e curiosidades. A minha
presença naquele espaço era de expectadora, pois, todo o espaço estava sendo
ocupado por cientistas, não havia a preocupação por parte dos pais que os
filhos soubessem os nomes corretos que ocasionava o fenômeno ,mas, o orgulho
deles consistia em ver que o filho havia entendido o processo, tinha
conhecimento não somente do tema mas de outras coisa que estavam
relacionadas com tudo que haviam
estudado. De acordo com Lino de Macedo (1994 p. 1117) “Nós, professores,
durante muitos séculos, só aprendemos a nos conhecer quanto palco. O desfio
construtivista é o de também nos podermos ver enquanto plateia!”
Referências;
LORENZETTI, Leonir. Alfabetização no contexto das séries inicias.
Tese
para obtenção do título de mestrado pela Universidade de Federal de Santa
Caterina – Centro de Ciência da Educação. Florianópolis, 2000.
MACEDO, Lino. Ensaios Construtivistas. São Paulo:
Caso do Psicólogo, 1994.