quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Iniciação Cientifica


A segunda postagem revisitada fala sobre a curiosidade das crianças e como través de perguntas que para nós adultos são simples é possível  auxiliar nossos alunos  na elaboração de suas pesquisas.
Na manhã deste sábado, 24/11, ocorreu em minha escola a Mostra Científica. Mas que apresentações de trabalhos, a mostra tem por objetivo despertar nas crianças o gosto pela pesquisa e conforme sua etapa de escolarização, as exigências vão aumentando. Para o bloco de alfabetização, em via de regra, o tema é único, elaboramos a pregunta principal e as secundárias e o levantamento de hipóteses, o importante é o processo. Para os anos seguintes já há a introdução do mapa conceitual e o hipertexto.
Quando a iniciação científica foi proposta pela direção da escola, há dois anos atrás, foi muito difícil abrir mão daquela sensação que precisava ter tudo sobre controle, que para a Mostra tudo deveria estar perfeito e, prefeito, tinha como significado estar tudo pronto, todos os questionamentos respondidos, questionamentos que muitas vezes que eram propostos por mim.
Mas analisando pós mostra a trajetória de meus alunos, apesar de tudo dar certos em termos de erupção vulcânica, os grandes avanços foram as pesquisas e o conhecimento construído. Por se tratarem de crianças pequenas, claro,  a culminância foi a erupção e presença dos pais, mas reafirmo  houve um grande avanço, tanto deles como meu enquanto educadora,  e devido ao fato de deles terem sido os protagonistas neste processo de construção da mostra, o interesse por assuntos ligados aos vulcões os motivam a continuar pesquisando.
 Segundo Lorenzetti, (2000, p.32) “As Ciências Naturais passam a ter significado à medida que possibilitam a compreensão dos fenômenos e objetos científicos através da interação que se estabelece e das relações construídas com outros saberes.” É isto foi possível observar na construção dos textos, nas relações estabelecidas entre as informações cientificas e uma música ou um poema trabalhado. Paralelo ao trabalho de pesquisa relacionado com o tema outros conhecimentos e outras aérea foram sendo trabalhadas, como por exemplo, vencer a timidez para explicar a erupção vulcânica, ou o despertar do interesse pela História Antiga através da destruição de Pompéia pelo Vesúvio.
Deste modo, os grandes protagonistas do dia foram as crianças, não que em outros momentos isto também não ocorra, mas foi muito mais gratificante vê-los explicando sobre as erupções, e ao mesmo tempo que iam trazendo outras informações e curiosidades. A minha presença naquele espaço era de expectadora, pois, todo o espaço estava sendo ocupado por cientistas, não havia a preocupação por parte dos pais que os filhos soubessem os nomes corretos que ocasionava o fenômeno ,mas, o orgulho deles consistia em ver que o filho havia entendido o processo, tinha conhecimento não somente do tema mas de outras coisa que estavam relacionadas  com tudo que haviam estudado. De acordo com Lino de Macedo (1994 p. 1117) “Nós, professores, durante muitos séculos, só aprendemos a nos conhecer quanto palco. O desfio construtivista é o de também nos podermos ver enquanto plateia!”




Referências;
LORENZETTI, Leonir. Alfabetização no contexto das séries inicias. Tese para obtenção do título de mestrado pela Universidade de Federal de Santa Caterina – Centro de Ciência da Educação. Florianópolis, 2000.

MACEDO, Lino. Ensaios Construtivistas. São Paulo: Caso do Psicólogo, 1994.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Tecnologia na escola


A primeira postagem revisitada,fala sobre a tecnologia na escola. A realidade retratada naquela postagem se referia ao impactado da doação de netboks no cotidiano escolar e como apesar deste equipamento havia um descompasso entre a realidade da escola e dos alunos em termos de tecnologia.
Após dois anos percebo houveram poucos avanços no uso da tecnologia dentro da escola, se anteriormente um dos grandes entraves era a resistência de alguns professores em utilizar os netbooks ou outras formas de tecnologia. Hoje esbarramos em questões estruturais como um único espaço com acesso a internet, um laboratório de informática sucateado, e outros equipamentos como Datashow que estão estragados aguardando verbas para troca ou o conserto.
No entanto apesar de todas estas dificuldades estruturais os professores em um número cada vez maior vêm se apropriando das tecnologias como meio de enriquecer e dinamizar suas aulas.
Neste sentido, percebo meu avanço no uso das tecnologias, apesar de ainda estar aprendendo a utilizar novos equipamentos. Mas em relação as minhas aulas o uso da internet, computador e celular tem, principalmente, propiciado um maior enriquecimento em termos de pesquisa e construção do conhecimento de meus alunos. Segundo TEKURA 2006 apud SEGANTINI 2014 p. 10 “as ferramentas tecnológicas favorecem o acesso a coleta de informações, textos, mapas e que todo acesso rápido a informação contribui para melhorar o ensino”. (2006, p. 94).
 Deste modo, percebo que meus alunos têm buscado pesquisar mais seja no computador ou no celular, no primeiro impasse eles já pedem “- Prof. Pesquisa na internet...” Entretanto, paralelo a este uso da internet também tenho conversado com eles a respeito da importância de se checar as fontes, o cuidado com as Fake News a importância de se ler, a  tecnologia deve ser utilizada na escola como mais um elemento para que o aluno possa construir seu  conhecimento.

Referência:

SEGANTINI, Jésus Henrique. O uso das tecnologias na sala de aula, como ferramenta pedagógica e seus reflexos no campo. Monografia de especialização pela Universidade do Paraná, Foz do Iguaçu, 2014.

domingo, 18 de novembro de 2018

Refletindo sobre o debate em sala de aula




Considero muito importante a participação de meus alunos durante as aulas, gosto e incentivo que tragam assuntos que estejam além dos conteúdos vistos no durante as aulas. Segundo Libâneo:
 [...] o professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. (LIBÂNEO 1994, p.250)
 Desta forma, no decorrer deste ano, em vários momentos os alunos foram trazendo assuntos que estavam na mídia ou tinham interesse, para serem discutidos. Na maioria das vezes, estes momentos ocorreram em meio as explicações ligadas a História disciplina que tenho forte ligação e, portanto, percebo que passo este interesse as crianças, facilitando um maior dialogo e interação não somente comigo, mas com os colegas e até mesmo com outros professores da escola. De acordo com Leite, Tassoni ( 2002 p. 124) “[...]Nesse processo de inter-relação, o comportamento do professor, em sala de aula, através de suas intenções, crenças, valores, sentimentos e desejo, afeta cada aluno individualmente”
No entanto, durante esta semana me questionei em relação ao debate em sala de aula, não quanto a sua importância para a construção das opiniões, mas se não tenho perdido o foco durante estes debates. A situação ocorreu durante a explicação da Proclamação da República, alguns alunos começaram a perguntar e quando percebi estava falando sobre outras questões, interessantes, mas que desviaram o foco da aula e outras crianças acabaram se dispersando, não perguntavam sobre nem sobre os assuntos trazidos pelos colegas nem sobre o assunto inicial da aula, Proclamação da República.
Posteriormente quando fui avaliar a aula  comecei a analisar estas questão  o que me fez recordar da fala da professora Luciane do Colégio de Aplicação da UFRGS, quando os alunos trazem algo que foge ao tema ouvimos e solicitamos para que o aluno guarde aquela pergunta para outro momento, isto não significa que a pergunta será desconsiderada mas, que sim,  haverá outro momento para pesquisar ou conversar sobre ela.  
Acredito  que esse possa ser um dos caminhos para manter o debate, mas também não desviar o foco do assunto principal, talvez em outras situações semelhantes eu venha agir de forma diferente, fazer a explicação  para todos e depois conversar com os alunos sobre questões que tenham interesse, em outros momentos faremos a discussão de forma coletiva pois apesar de ter sido trazido por um aluno trata-se do  interesse de todos, pois, segundo Paulo Freire(2000 p. “[...] A seriedade do diálogo, a entrega à busca crítica não se confunde com tagarelice. Dialogar não é tagarelar”



  
Referências:

FREIRE, Paulo. À Sombra desta Mangueira São Paulo: Editora Olho d’agua, 2000.
LEITE, S. A. S.; TASSONI, E. C. M. A afetividade em sala de aula: as condições de ensino e a mediação do professor. In: Azzi, Roberta e Sadalla, Ana Maria. (Org.). Psicologia e Formação docente. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, p. 113-141.
 LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

domingo, 11 de novembro de 2018

Pensando a avaliação


Durante nossa reunião, em minha escola, começamos a discutir como nossos alunos se encontram em seu processo de aprendizagem faltando menos de sessenta dias para o encerramento do aluno letivo.
Posteriormente fazendo um balanço da reunião e analisando não somente a produção de meus alunos como também minhas anotações foi possível observar como todos tiveram um crescimento em maior ou menor grau, em diversas aérea. Alunos que não interagiam e passaram a conversar e a brincar com os colegas, outros que eram pré silábicos no início do ano e até o mento estão silábicos. Para os padrões tradicionais do nosso sistema de avaliação estes aspectos são irrelevantes, há um padrão estabelecido que determina em que estágio do desenvolvimento cada criança deverá estar no final de um ano letivo. Neste sentido Jussara Hoffmann (2008 p.35) afirma “O equívoco da escola, decorrente das práticas classificatórias, está em transformar a aprendizagem em necessária, obrigatória, em aprender sempre para alguma coisa: para ir para a primeira série, para fazer a prova, [...]”
Desta forma, pensando em algumas atividades desenvolvidas no decorrer desta semana, como uma produção textual que as crianças se descreveriam enquanto carro, e as colocações em relação ao vídeo sobre o trânsito me fazem refletir sobre como estamos avaliando os nossos alunos, como muitas vezes uma avaliação equivocada pode acarretar em graves danos para uma criança ou adolescente.
A construção do conhecimento da aprendizagem é um processo, que sabemos que primeiramente, não ocorre ao mesmo tempo e da mesma forma em todas as crianças, sendo assim, como ainda continuamos avaliando todos nossos alunos da mesma forma?
Nas duas atividades mencionadas acimas alguns alunos me surpreenderam, ao falarem para turma toda suas observações e relações nas cenas retratadas no vídeo com as práticas que observa no seu cotidiano. Assim como, um aluno que apesar dos avanços em outras áreas ainda permanecia pré silábico até metade de outubro e durante a produção textual demonstrou não somente um grande avanço em seu processo de aprendizagem como a feliz de perceber este avanço, o que tem deixando-o muito entusiasmado para ler os livros disponíveis na sala.
Sendo assim, a avaliação deve ser um meio para que o professor possa saber quais as interferências que precisam ser feitas, e não apontamentos dos objetivos não atingidos pelos alunos, segundo Hoffmann ( 2008 p.31) “ [...] precisamos intensificar os esforços na compreensão dos diferentes modos de aprender e na promoção de melhores oportunidades para isso.) A avaliação deve ser compostas de todos os atores do processo educativo, esse olhar que Jussara Hofmann se refere  é decorrente das observações feitas por estes atores que interagem com a crianças, e esta criança precisa saber não o que errou mas ser ouvida sobre a maneira que pensou sobre determinada situação e neste dialogo com o educador e com  outras pessoas fazer seus reflexões, e construir seus conceitos.

Referência:
HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Editora Mediação, 2008


domingo, 4 de novembro de 2018

A importância da interação social na escola

Nesta semana houveram na escola duas atividades que tinham por objetivo trabalhar a afetividade entre as crianças, a Festa de Halloween e a projeção do filme Viva – A vida é uma festa. Cada uma destas atividades trabalhava um aspecto do relacionamento na escola e no convívio familiar.
A Festa do Halloween para algumas famílias é contrária as suas crenças religiosas, para outras é somente uma festa, um momento para as crianças se fantasiarem e estarem na escola de outra maneira, diferente do cotidiano escolar com seus deveres.
O filme trata da temática da ancestralidade, da morte e como é possível seguir outro modo de vida diferente do traçado pela família. Infelizmente por ser uma comunidade de vulnerabilidade social a perda é uma constante na vida das crianças, e a escola não pode se omitir deste papel, de falar da perda, da ausência, de escolhas de caminhos. Por este motivo, a temática do filme, torna-se as vésperas do feriado de finados tão pertinente.
A escola sendo um espaço social, abarca uma grande diversidade cultural, cada aluno traz no seu modo de ver o mundo os padrões culturais e as vivencias de suas famílias, a escola deste o de torna-se um espaço de acolhimento, a sala de aula o professor  muitas vezes é a figura que será o diferencial para que um aluno possa se expressar pedir ajuda. No entanto muitas vezes estes pedidos de ajuda vêm em forma de agressividades, indisciplina. Segundo Libâneo ( 2004 s.p), a escola deve ser concebida como um espaço de síntese, assumindo seu papel na construção da democracia cujo um dos objetivos seria


assegurar a ligação entre os aspectos cognitivo, social e afetivo da formação. O ensino implica lidar com os sentimentos, respeitar as individualidades, compreender o mundo cultural dos alunos e ajudá-los a se construírem como sujeitos, a aumentar sua autoestima, sua autoconfiança, o respeito consigo mesmos.



É sob esta luz, da afetividade e da interação, que analiso esta semana. No dia da festa todas as crianças dos Anos Inicias reuniram-se para celebrar acima de tudo a amizade, e deste modo, muitas crianças que as famílias por questões religiosas em um primeiro momento questionaram o tema da festa enviaram seus filhos, não fantasiados, mas lá estavam para comemorar o estar na escola, em um espaço de respeito as diferenças. Neste dia não havia alunos do 1º ano ou do 5º haviam somente crianças, dividindo o alimento, brincando  em um aprendizado que extrapola os muros da escola e o momento da festa, ao tornar a escola como dito anteriormente um espaço de acolhimento, um local que é prazeroso de estar em que posso aprender  a somar, por exemplo, mas também aprendo a repartir o último cachorro quente.
O compartilhar a merenda muitas vezes é um primeiro passo para que uma criança se aproxime das outras, iniciando desta forma a amizade que reflete no auxilio durante a execução das tarefas. Assim como, ver seu professor fora do ambiente de sala de aula brincando, interagindo com outros professores e outras crianças estreita os laços afetivos que corroboram com o aprendizado em sala de aula, e até mesmo as orientações como portar-se na festa são vistas de forma mais suave e este aprendizado se estende para outros ambientes que a crianças frequentam.

A emoção não é uma ferramenta menos importante que o pensamento. A preocupação do professor não deve se limitar ao fato de que seus alunos pensem profundamente e assimilem a geografia, mas também que a sintam. […] as reações emocionais devem constituir o fundamento do processo educativo. (VYGOTSKY, 2003, p.121)

Assim como a festa foi um momento de aprendizado permeado de afetividade, a projeção do filme tocou em questões muito delicada para as crianças, neste dia a emoção foi expressada na conversa que se seguiu após o filme, o conversar sobre a perda, a emoção ao falar da saudade e principalmente, em ter confiança em falar de seus sentimentos estabelece em aula um clima de companheirismo e solidariedade e respeito pelo que o outro está falando. Enquanto escola sabemos que muitas vezes a sala de aula é o único lugar que eles possuem para falar de suas tristezas, deste modo, não há como negligenciarmos o lado afetivo e a importância da interação dentro do ambiente escolar.


  

Referência:
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. Ed. Mediação, 2004. 5ª edição
       VYGOTSKY, L. S. Psicologia pedagógica.Porto Alegre: Artemed, 2003