No decorrer destas últimas décadas tem aumentado o debate em torno da
educação no Brasil, tanto no quesito qualidade quanto em relação aos
investimentos e gestão nesta área. A sociedade como um todo reconhece a
importância da educação para o desenvolvimento social do pais, a melhoria na
área da educação é parte obrigatória no programa de todos aqueles que desejam
se candidatar algum cargo público.
Assegurada na Constituição Federal de
1988 a educação é um direto social, portanto deve ser ofertado pelo Estado, no
entanto também passa a ser, a partir de então, uma obrigatoriedade da família
que assume o papel não somente de levar seu filho a escola como de garantir sua
permanência na instituição. Deste modo
,a escola, família, estado e sociedade em geral devem primar pelo compromisso de ofertar uma educação de
qualidade e assegurar a permanência deste aluno na escola.
Em termos de investimentos cada ente federativo
tem um percentual que é de sua responsabilidade. No entanto ao mesmo tempo que são criados
canis de investimentos, em termos político
econômico nas últimas décadas as ideias neoliberais tem permeado também
o sistema educacional, ou seja, o estado tem buscado passar suas
responsabilidades à iniciativa privada, e
ao terceiro setor. Organizações financeiras impõe metas para o desenvolvimento
de um pais, entre estas está a elevação dos índices da educação, mas, ao mesmo
tempo exige um estado mínimo, em que o estado seja um fiscalizador e não um
investidor.
Mas apesar das medidas neoliberais o governo
federal tem elaborado programas que tem por objetivo a melhoria da educação,
mas, ao mesmo tempo, muitos destes impõe e interferem não somente na gestão da
escola como na prática em sala de aula e na participação da comunidade escolar
em todo o processo escolar tanto no aspecto pedagógico quanto na administrativo.
Segundo DOURADO,2007, p 926 “Vivencia-se, no pais, um conjunto de ações,
de modo parcial ou pouco efetivo, sob a ótica da mudança educacional, mas que ,
de maneira geral, contribui para desestabilizar o instituído, sem força
política para instaurar novos parâmetros à pratica educativa.”
Programas
como Plano de desenvolvimento da Escola (PDE), Dinheiro direto na Escola, entre
outros tem em sua base o investimento para melhoria da educação. No entanto,
tais programas, como o PDE, por sua natureza acabam impossibilitando uma real
participação da comunidade escolar e uma gestão democrática. A partir do
momento em que se abrem nas escolas espaço para serem implementado programas
que tem por objetivo corrigir a defasagem idade/ano, em que o diferencial de é como o programa é estruturado, ou seja, o
professor são engessados dentro de uma estrutura de passos a serem seguidos
para que haja um melhor rendimento na avaliações externas e que desconhecem a realidade de
cada localidade e portanto não está de acordo com o projeto político pedagógico
da escola. Nestes casos, o que importa são os índices a serem atingidos, apesar
de haver uma parceria entre o estado e o organizador destes projetos, a
responsabilidade pela formação dos educadores, pela organização de material e o
andamento do processo deixa a esfera estatal para a esfera privada.
Falar em qualidade na educação está além
do aumento de índices em avaliações, avaliações estas, muitas vezes externas, e
portanto, sem o conhecimento da realidade escolar. Pensar em qualidade
significa ter metas claras em relação ao cidadão que pretendemos formas,
possibilitando a este aluno o acesso à cultura historicamente produzida. Uma educação com qualidade passa por uma
gestão democrática, em que os gestores estão cientes de seus deveres enquanto
administrador, mas ao mesmo tempo reconhece a importância da participação da
comunidade, seja ela direta ou através de seus representantes.
Fatores
intra-extra escolares influenciam
a permanência do aluno na escola e na qualidade da educação. Em alguns casos os
investimentos e os programas buscam a melhoria da educação, reconhecendo e
financiando a formação de professores, por exemplo. Uma vez que estes precisam
se apropriar não somente de questões pedagógicas como de gestão, conhecendo e
assumindo sua responsabilidade enquanto membro de uma comunidade escolar, que
por suas especificidades não tem como encaixar-se em programas em que as aulas
vem prontos. Se faz necessário que ocorra uma tomada de consciência por parte
de todos os envolvidos no processo para que as diretrizes sejam claras e
condizentes com o meio social em que a escola está inserida. Oferecer uma
educação de qualidade passa obrigatoriamente por este reconhecimento, da mesma
forma, que os investimento devem tornar
a escola um espaço social em que a educação baseia-se não somente na troca e
construção do conhecimento, mas oportunizar aos alunos principalmente de
escolas públicas as mesmas oportunidade dedas classes mais abastadas, ou seja,
a escola precisa estar conectada a realidade mundial ,mas ao mesmo tempo
reforçar os laços com a comunidade em que a escola está inserida, criando um
sentimento de pertencimento neste aluno que consegue vislumbrar na escola uma
possibilidade de modificar sua realidade e consequentemente do seu meio.