Divulgação a respeito do número de casos de
idosos com doenças sexualmente transmissíveis revelam como o envelhecer em
nossa sociedade atual merece uma atenção maior não somente pelos órgãos
competentes como pela sociedade como um todo. Com o aumento da expectativa de
vida nossos idosos assumem novos papeis dentro da família e na sociedade.
Um idoso pode contribuir com a renda da
família através de sua aposentadoria ou mesmo do trabalho. Mas, quando o
assunto é a vida afetiva-sexual do idoso, esse assunto torna-se motivo de
discussões em muitas famílias, que deixaram de ver seu pai ou avó como uma pessoa
que necessita de amor, carinho e companheirismo e que em muitos casos são
supridos no namoro, e que não necessariamente envolva o sexo. Segundo
ALMEIDA,2008,p.136 “O amor é uma coisa tão eterna na vida das pessoas que pode
ser descoberto e vivenciado em qualquer idade”
A formação de muitos de nossos valores
está relacionada com valores religiosos, e apesar de não ser mais tão forte
culturalmente a ideia de sexo para concepção, ainda hoje a figura do idoso, do
avô está vinculada a uma imagem assexuada. O sexo é visto como se fosse direito
exclusivo da juventude, vivemos então socialmente um empasse, o avô pode
retornar ao mercado de trabalho, a avó pode se desdobrar em suas atribuições de
dona de casa e nos cuidados com os netos, mas namorar?! Não.
Segundo, LAURENTIANO, 2006, p.52 “Não se
pode eliminar a velhice, mas se pode mudar a maneira que envelhecemos. ” Neste
sentido, os avanços na medicina têm proporcionado meios para que possamos
cuidar de nossa saúde física e mental assegurando que em nossa velhice estejamos
aptos para vivenciar plenamente novas experiências.
Desta forma, por mais que o vigor físico
não seja mais o mesmo, a necessidade de se sentir pertencente a um grupo, onde
existam trocas possui o mesmo valor de fases anteriores. As relações sexuais
tanto na juventude como na velhice dividem inquietações similares, em ambas as
fases como lidamos com os problemas do cotidiano, como estamos emocionalmente e
mentalmente acabam por influenciar não somente em nossos relacionamentos íntimos
como nos sociais.
Na terceira idade as relações sexuais são
mais qualitativa que quantitativa, este novo modo de vivenciar a relação a dois
é decorrente de como conduzimos nosso processo de envelhecimento que segundo
MESSI, 1993, apud SANTOS,2011,p.14 “o envelhecimento é um processo que se
instaura a partir do momento que a pessoa nasce.” Neste sentido como o amor na
terceira idade torna-se mais um aspecto da vida deste idoso, que busca não
somente ser participativo socialmente como ser feliz em sua vida particular. Se
faz necessário que este idoso seja visto pela sociedade e principalmente por
seus filhos e netos como um indivíduo que pode ter se aposentado do mundo do
trabalho, mas não da vida, do viver em companheirismo que alguém que lhe faça
sentir feliz.
A saúde emocional o bem-estar fisco são
fatores fundamentais para a manutenção da saúde do corpo e da mente. Não
estamos a negar as possíveis limitações que a idade impõe, limitações estas que
podem ser física sou mentais, mas que o idoso não pode ser infantilizado, ter
negado seu direito de escolha, de pertencer a um grupo com o qual tem
interesses em comum. Neste sentido, SANTOS,2011 p. 14 , afirma “(...) a velhice
não pode ser encarada como uma trajetória rumo à morte e sim como percurso da vida
ainda significativo e pleno de
projetos,(...)”
Referências:
ALMEIDA, Thiago. LOURENÇO,
Maria L. Amor e sexualidade na velhice:
direito nem sempre respeitado.
RBCEH, Passo Fundo,v.5,n1,p.130-140, jan/jun. 2008
LAURENTIANO, Norma R. et al. Namoro na terceira idade e o processo de
ser saudável na velhice: recorte ilustrativo
de um grupo de mulheres. RBCEH, Passo Fundo, 51-51 – jan/jun. 2006.
SANTOS, Gilson Trindade. Velhice na sociedade pós moderna. Revista Portal da Divulgação,n
16, nov. 2011.
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