domingo, 30 de abril de 2017

O sexo e o namoro na terceira idade













           Divulgação a respeito do número de casos de idosos com doenças sexualmente transmissíveis revelam como o envelhecer em nossa sociedade atual merece uma atenção maior não somente pelos órgãos competentes como pela sociedade como um todo. Com o aumento da expectativa de vida nossos idosos assumem novos papeis dentro da família e na sociedade.
        Um idoso pode contribuir com a renda da família através de sua aposentadoria ou mesmo do trabalho. Mas, quando o assunto é a vida afetiva-sexual do idoso, esse assunto torna-se motivo de discussões em muitas famílias, que deixaram de ver seu pai ou avó como uma pessoa que necessita de amor, carinho e companheirismo e que em muitos casos são supridos no namoro, e que não necessariamente envolva o sexo. Segundo ALMEIDA,2008,p.136 “O amor é uma coisa tão eterna na vida das pessoas que pode ser descoberto e vivenciado em qualquer idade”
      A formação de muitos de nossos valores está relacionada com valores religiosos, e apesar de não ser mais tão forte culturalmente a ideia de sexo para concepção, ainda hoje a figura do idoso, do avô está vinculada a uma imagem assexuada. O sexo é visto como se fosse direito exclusivo da juventude, vivemos então socialmente um empasse, o avô pode retornar ao mercado de trabalho, a avó pode se desdobrar em suas atribuições de dona de casa e nos cuidados com os netos, mas namorar?! Não.
       Segundo, LAURENTIANO, 2006, p.52 “Não se pode eliminar a velhice, mas se pode mudar a maneira que envelhecemos. ” Neste sentido, os avanços na medicina têm proporcionado meios para que possamos cuidar de nossa saúde física e mental assegurando que em nossa velhice estejamos aptos para vivenciar plenamente novas experiências.
     Desta forma, por mais que o vigor físico não seja mais o mesmo, a necessidade de se sentir pertencente a um grupo, onde existam trocas possui o mesmo valor de fases anteriores. As relações sexuais tanto na juventude como na velhice dividem inquietações similares, em ambas as fases como lidamos com os problemas do cotidiano, como estamos emocionalmente e mentalmente acabam por influenciar não somente em nossos relacionamentos íntimos como nos sociais.
      Na terceira idade as relações sexuais são mais qualitativa que quantitativa, este novo modo de vivenciar a relação a dois é decorrente de como conduzimos nosso processo de envelhecimento que segundo MESSI, 1993, apud SANTOS,2011,p.14 “o envelhecimento é um processo que se instaura a partir do momento que a pessoa nasce.” Neste sentido como o amor na terceira idade torna-se mais um aspecto da vida deste idoso, que busca não somente ser participativo socialmente como ser feliz em sua vida particular. Se faz necessário que este idoso seja visto pela sociedade e principalmente por seus filhos e netos como um indivíduo que pode ter se aposentado do mundo do trabalho, mas não da vida, do viver em companheirismo que alguém que lhe faça sentir feliz.
      A saúde emocional o bem-estar fisco são fatores fundamentais para a manutenção da saúde do corpo e da mente. Não estamos a negar as possíveis limitações que a idade impõe, limitações estas que podem ser física sou mentais, mas que o idoso não pode ser infantilizado, ter negado seu direito de escolha, de pertencer a um grupo com o qual tem interesses em comum. Neste sentido, SANTOS,2011 p. 14 , afirma “(...) a velhice não pode ser encarada como uma trajetória rumo à morte e sim como percurso da vida ainda significativo  e pleno de projetos,(...)”




Referências:
ALMEIDA, Thiago. LOURENÇO, Maria L. Amor e sexualidade na velhice: direito nem sempre respeitado.  RBCEH, Passo Fundo,v.5,n1,p.130-140, jan/jun. 2008
LAURENTIANO, Norma R. et al. Namoro na terceira idade e o processo de ser saudável na velhice: recorte ilustrativo de um grupo de mulheres. RBCEH, Passo Fundo, 51-51 – jan/jun. 2006.

SANTOS, Gilson Trindade. Velhice na sociedade pós  moderna. Revista Portal da Divulgação,n 16, nov. 2011.

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